Acidente e naufrágio do Costa Concordia
Acidente e naufrágio do Costa Concordia

O acidente e naufrágio do Costa Concordia

Em janeiro de 2022, completará 10 anos do trágico acidente e naufrágio de um dos maiores e mais modernos navios de cruzeiro da época: o Costa Concordia.

O que parecia ser impossível de imaginar, aconteceu!

Como um navio tão novo, com tecnologia superavançada (radares, sonares, GPS etc) poderia naufragar desse jeito? Com isso, o acidente do Concordia tornou-se o maior naufrágio de um navio de passageiros de todos os tempos, superando o Titanic, em 1912.

Vamos “refrescar a memória” e acompanhar esse breve resumo do que ocorreu naquele dia 13 de janeiro de 2012, e posterior remoção para desmanche.

Bora lá!

 

O acidente

O Costa Concordia partiu do porto de Civitavecchia (Roma), numa 6ª feira 13 (janeiro de 2012), para um cruzeiro de 7 noites pelo Mediterrâneo. A bordo, mais de 4.200 pessoas, entre passageiros e tripulantes.

Embora a rota original do cruzeiro o mantivesse ao centro do canal que separa o continente e a Isola del Giglio, na região da Toscana / Itália, quando o navio se aproxima da ilha, o comandante Francesco Schettino muda o traçado pré-determinado, aproximando-se perigosamente de Giglio, numa manobra conhecida como “reverência turística” – provavelmente para saudar os cidadãos locais.

Às 21:45h, horário local, o Concordia choca-se contra uma rocha submersa. Muitos solavancos, estrondos e 50 metros de casco rasgado. Água começa a entrar na estrutura do navio. Dez minutos após, há pane elétrica.

O navio tenta continuar “seu curso”.

Minutos mais tarde, percebendo a gravidade do acidente, o comandante Schettino faz o retorno do navio para a Isola del Giglio, de modo a facilitar o desembarque dos passageiros.

A guarda costeira italiana é acionada.

O navio já inclinara aproximadamente 20° a estibordo (lado direito da embarcação, tendo como referência a proa – frente).

Ao se aproximar novamente da Ilha, às 22:48h, o Concordia sofre uma 2ª colisão contra outra rocha. A inclinação aumenta cada vez mais. Muita água continua a entrar no navio. Os passageiros são autorizados a usar os botes salva-vidas para desembarcarem (de ambos os lados).

Acidente do Costa Concordia
Imagem: Wikipedia

 

Acidente do Costa Concordia
Costa Concordia – Imagem: Giuseppe Modesti, AP

Schettino abandona o Concordia, deixando centenas de pessoas “para trás”.

A operação de resgate dos passageiros, por mar ou pelo ar (com helicópteros), entrou pela madrugada. Durou várias horas. O Concordia estava praticamente na horizontal.

Equipes de resgate só conseguiram entrar no navio na manhã seguinte.

Após dias de procura por desaparecidos, deu-se por encerrada a operação.

O acidente causou 32 mortes, alguns feridos, prisão do comandante e bilhões de dólares à Carnival Corporation, Costa Cruzeiros e às companhias de seguro.

Nota: Em fevereiro de 2015, o comandante Francesco Schettino foi condenado a 16 anos de prisão, considerado culpado por homicídio, naufrágio e abandono de navio. No mês de maio de 2016, a pena foi confirmada por um tribunal de recursos.

 

A remoção

O naufrágio do Concordia e sua posição “horizontal” em Giglio foi algo inédito no mundo. Por conta disso, toda a operação para estabilização vertical, remoção e desmanche do navio também foi criada exclusivamente para a ocasião. Fala-se de aproximadamente US$ 2 bilhões e milhares de horas trabalhadas (desde o planejamento até a execução final).

O consórcio ítalo-americano Titan Salvage-Micoperi venceu a licitação e ficou responsável pela “proeza da engenharia” em remover totalmente o Concordia.

Basicamente, a operação se resumiu em 4 etapas:

  • Estabilização do navio, construção de plataforma subterrânea e instalação de grandes compartimentos (tanques) do lado não submerso do Concordia
  • Fixação de 2 guindastes aos compartimentos instalados na lateral do Concordia. Os compartimentos estariam cheios de água.
  • Verticalização do navio e instalação de novos compartimentos (tanques) na lateral que estava submersa.
  • Retirada dá agua dos compartimentos instalados e injeção de ar, para que o navio flutue novamente e seja rebocado.
Parbuckling
Imagem: Reuters

 

Parbuckling
Imagens: Reuters

Os trabalhos preliminares para estabilização do Concordia foram iniciados em junho de 2012.

Durante 15 meses, as duas primeiras etapas acima descritas foram concluídas para, enfim, o navio ser colocado “no prumo” novamente.

Às 4:00h do dia 17 de setembro de 2013, em uma operação que durou 19 horas, o Costa Concordia finalmente foi posto na posição vertical. A Operação Parbuckling (nome inglês referente a esse tipo de procedimento) foi um sucesso e tornou-se a maior do gênero até os dias atuais.

Após 1 ano e 8 meses “meio submerso”, o Concordia é reerguido e pode-se verificar todos os danos causados pelo acidente.

Parbuckling – 19 horas em 90 segundos

 

Costa Concordia
Costa Concordia – Imagem: Roberto Vongher

 

Costa Concordia em Gênova para desmanche
Costa Concordia em Gênova para desmanche – Imagem: Ship Recycling Consortium

Somente em 23 de julho de 2014, com 2 dias de atraso, o navio foi rebocado definitivamente da Isola del Giglio para o estaleiro San Giorgio del Porto, em Gênova / Itália, onde foi totalmente desmanchado (2016).

Vale ressaltar que todo o processo de estabilização, flutuação, remoção e posterior desmanche do Concordia, seguiu rígidas normas para atenuação dos impactos ambientais. A economia e o turismo de Giglio também tiveram medidas de proteção adotadas.

 

FICHA TÉCNICA – COSTA CONCORDIA

  • Companhia: Costa Cruzeiros
  • Classe: Concordia
  • Ano de construção: 2006
  • Última reforma: —
  • Comprimento: 290 metros
  • Largura: 36 metros
  • Velocidade: 23 nós
  • Peso: 112.000 toneladas brutas
  • Passageiros: 3.765 (ocupação máxima)
  • Tripulação: 1.100
  • Decks: 13
Costa Concordia partindo de Santos
Costa Concordia partindo de Santos – 14 de dezembro de 2009
Documentário realizado pela Discovery Channel sobre o Costa Concordia – 43 minutos

 

Quando um acidente acontece, muitas lições são aprendidas e normas de segurança revisadas e melhoradas para que não ocorra novamente.

Fica o triste legado desse trágico naufrágio, numa sucessão de atitudes errôneas e impensadas de um “comandante covarde”.

Vida que segue.

 

Volto em breve com mais notícias para vocês!

*Foto em destaque: Roberto Vongher


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