Esse texto é apenas uma reflexão sobre o assunto do momento: a suspensão dos cruzeiros.
Não posso ficar calado diante de tanta incoerência e arbitrariedade por parte da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no que se refere à temporada brasileira de cruzeiros e os protocolos de saúde e segurança definidos para isso.
Foram tantas as pressões “impostas” por parte da Agência e da mídia geral, alarmando e aumentando as informações sobre os surtos de covid-19 a bordo dos navios, que as companhias MSC Cruzeiros e Costa Cruzeiros, filiadas à Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, Clia Brasil, suspenderam de forma “voluntária” e imediata todos os embarques até o dia 21 de janeiro de 2022.
Tal medida de suspensão foi tomada pois, segundo a Clia, “…há incertezas na interpretação e aplicação dos protocolos operacionais previamente aprovados” e, com isso, “…buscar alinhamento com as autoridades do governo federal, Anvisa, estados e municípios nos destinos que operamos…”
Protocolos de saúde e segurança aprovados pela Anvisa
Conforme publicado aqui no Blog, em 29 de outubro de 2021, os principais pontos adotados são:
- Comprovante de vacinação completa contra Covid-19 para o embarque de todos os passageiros elegíveis pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações). Serão aceitos os comprovantes de vacinas autorizadas no Brasil ou validadas pela OMS
- Obrigação de apresentação de teste do tipo RT-PCR negativo feito até 72 horas ou de teste de antígeno feito até 24 horas antes do embarque
- Testagem diária de 10% dos passageiros a bordo e de 10% da tripulação. Testes positivos não poderão ser descartados por segundo teste (contraprova)
- Triagem dos passageiros por meio de informações de formulário contendo informações sobre as condições de saúde do viajante
- Lotação máxima da embarcação limitada a 75% da capacidade de passageiros
- Espaçamento a bordo de 1,5 metros entre grupos de viajantes (exemplo: grupo familiar ou grupo de pessoas que viajam juntas)
- Testagem semanal de toda a tripulação a bordo
- Separação de cabines para isolamento de casos suspeitos a bordo
- Aprovação prévia dos protocolos de cada embarcação pela Anvisa
- Notificação diária da situação de saúde a bordo pela embarcação
E assim foi feito!
Os protocolos foram, na sua totalidade, seguidos à risca, pela MSC e Costa Cruzeiros, com a supervisão da própria Anvisa.
Só se transmite covid-19 nos navios?
Agora cheguei onde eu queria.
Afinal de contas, você sabe por que tanto “tiro, porrada e bomba” de todos os lados, a respeito dos casos de covid-19 nos navios de cruzeiro?
A resposta é muito simples: porque existem protocolos que são seguidos e respeitados. As testagens são feitas e os, pouquíssimos, casos são detectados. Simples assim! Óbvio.
Defendo sempre que as leis, regras, protocolos de segurança etc são importantes e devem, sim, serem cumpridos.
Até aqui, tudo certo, ok?!
O que me deixa indignado, e muitos de vocês também, é que existe “uma lei” que se aplica para alguns e “a mesma lei” não se aplica para os outros.
Os cruzeiros estão sendo punidos por cumprirem todas as regras e protocolos aprovados. É isso!
Em qual lugar do mundo você pode estar com 100% de pessoas vacinadas e com testes negativos para covid-19?
Bingo!
Para quem não sabe, a vacinação não elimina o contágio da doença, e sim cria anticorpos e minimiza todos os efeitos causados por ela. E os casos de covid-19 encontrados nos passageiros e tripulantes dos cruzeiros foram assintomáticos ou leves.
Maravilha! A vacina funciona.
Agora a pergunta “que não quer calar”: A Anvisa age com o mesmo rigor e autoridade em outros locais?
Nos jogos de futebol, por exemplo, liberados pelos governos federais e estaduais, há obrigatoriedade de apresentação da carteirinha de vacinação e testagem negativa dos torcedores? E nos blocos de rua aí da sua cidade, também são necessárias? Olha o carnaval chegando aí gente! E nos ônibus, aviões, cinemas, teatros, hotéis, resorts, praias, shows, baladas etc etc etc, há fiscalização da Anvisa? E cancelamento das atividades? Como se controla a transmissão e contágio da covid-19 nesses locais? Simplesmente não se controla. E “está tudo bem” (#sqn).
O vírus “não gosta desses lugares” que acabei de falar. Ele é um “cruzeirista” de carteirinha. Só viaja de navio pelo mundo.
Aff!
Agora eu tenho que ir.
Preciso pegar o metrô até o terminal rodoviário. De lá, vou de ônibus ao aeroporto. Viajo de avião até uma capital famosa para me hospedar num resort megaconhecido e curtir várias baladas cheias de artistas, jogadores de futebol e blogueiros famosos.
Ah, o melhor de tudo: nesses lugares não se transmite o covid-19. Podem ir tranquilos(as).
P.S.1: Se você chegou até aqui, obrigado.
P.S.2: O texto contém ironia
*Foto em destaque: Edu Nogueira
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Rsrsr… muito bom…. Além disso “quase” que não seria obrigatória a apresentação do atestado de vacinação para entrar aqui no Brasil!!!! Né?!
Oie Andrea.
Sim, verdade.
Ainda bem que, depois de muito tempo, decidiram que seria necessário o “passaporte de vacinação”… Não resolve o problema, mas já faz uma triagem.
Obrigado pela visita e mensagem.
Bjs
Edu